Os gritos


Enquanto cavalgávamos em direção aos gritos, desembanhei minha espada e Frieda equipou o arco curto composto. Antes de agir, ela atirou uma flecha na direção dos indivíduos que vimos em nossa frente.

Haviam dois sujeitos vestido de cota de malha leve e túnicas brancas por sobre elas, ambos seguravam pelos braços uma mulher de cabelos longos negros e vestida com trajes coloridos ciganos. A flecha que Frieda lançou atingiu em cheio a parte anterior da coxa de um deles que largou o braço da jovem e caiu no chão contorcendo de dor, porém a jovem continuava sendo segura pelo outro sujeito.

- Largue a moça! - ordenou Frieda.

- Não recebo ordens de uma mulher! - esbravejou o que ainda segurava a moça.

Me espantei em ver que eles estavam com túnicas teutônicas e creio que eles também se espantaram comigo.

- Camarada, não sabia que andava com mulheres arqueiras, ensine-a bons modos. - retrucou o sujeito para mim.

- Chega de conversa e larguem a mulher! - gritou Frieda sem baixar o arco.

 - Porque seguram esta mulher? - pergunte.

- Ela não queria nos dar a bolsa e queríamos nos divertir com ela, entende? - respondeu com um sorriso amarelo o sujeito que apertava ainda mais o braço da moça.

- Não entendi. De onde vocês são? De qual castelo? Quem é o chefe de vocês?

- Como assim? Chefe? Castelo? Você é novo no grupo? Não foi Plunderer que o convocou?

Olhei para Frieda e fiz sinal com a cabeça para que acertasse o sujeito. A flecha foi mortalmente desferida em sua testa fazendo com a seu corpo caísse inerte  soltando a moça, que se desequilibrou e caiu ao lado do corpo. Desmontei rapidamente do cavalo e fui em sua direção. Ela levantou, chutou o que estava ferido entre as pernas, este grunhiu de dor. A jovem desembanhou uma adaga e se pós em posição de ataque para mim. Frieda preparou outra flecha e gritou:

- Acabamos de salvá-la, não vai agradescer?

- Eles não eram cavaleiros teutônicos. Me perdoe milady. - proferi guardando a espada.

Parei de andar. Ouvimos do outro lado o som de cavalos vindo velozmente em nossa direção. Dei alguns passos para trás. A jovem fez que ia correr mas Frieda a ordenou que parasse ainda apontando o arco para ela.

Três figuras surgiram em seus cavalos bem à nossa frente e atrás da jovem cigana. Saquei a espada e me preparei para o combate.

Eram três homems montados em cavalos negros, sendo dois vestidos com trajes ciganos e o líder estava vestido com uma armadura leve de placas negras. Todos tinham barba e cabelos compridos.

- Está bem Mirah? - gritou o cavaleiro que liderava os outros dois.

- Sim, eles me salvaram dos bandidos. Porque demorou?

- Corri o mais que pude... e este? Porque ainda está vivo? - perguntou apontando para mim.

Frieda apontou o arco para o líder e gritou:

- Nem se movam ou mato vocês.

- Klaus, ela e ele me salvaram, o cavaleiro não fazia parte dos bandidos. - disse a cigana se colocando entre mim e o líder.

- Pois bem, muito obrigado e já podem ir. - nos ordenou o líder dos ciganos.

- Klaus devemos isso a eles, se não fosse pela ajuda deles eu estaria morta. - interpelou a cigana Mirah.

- Pois bem, venham conosco se quiserem. Suba em meu cavalo querida. - falou o líder estendendo a mão para Mirah.

- Sim, mas antes que me esqueça. - respondeu a cigana e caminhou até o corpo do bandido morto e pegou sua espada partindo em direção ao outro sujeito ferido. Com um só golpe decapitou o que estava vivo, enrolou a cabeça na túnica dele e amarrou-o na sela do cavalo do líder Klaus montando-o logo em seguida.

- Venham! Vou pagar a minha dívida com vocês. - pediu a cigana Mirah.

- Vamos Frieda, vamos aceitar a "doação" para nossa viagem. - disse em tom irônico para Frieda que a esta altura ainda não baixara o arco e olhava furiosa para mim.

Frieda então baixou o arco, resmungou algo que não consegui entender e me seguiu.

Eu já seguia os ciganos que caminhavam a diante.

A seguir: Acampamento cigano.

Trilha sonora do episódio:



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